A União Europeia (UE) é parte contratante em várias organizações regionais de pesca, entre elas, no Atlântico Noroeste a NAFO, sendo que os países comunitários que têm navios a pescar em águas desta organização, estão obrigados a participar nas missões de fiscalização da actividade da pesca, a realizar nessa área.
Esta zona de pesca é uma área onde parte da frota pesqueira de Portugal, desde há muito tempo, exerce as suas actividades de pesca, sobretudo em busca de bacalhau.
Embora sem o vigor de outras épocas a frota de pesca nacional mantém-se bastante activa nos Grand Banks e no Flemish Cap. Assim Portugal, como Estado membro da EU com navios de pesca autorizados a pescar na área de regulamentação NAFO, assumiu, por intermédio da Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura (DGPA), a participação nas tarefas de controlo nesta área pelo período de um mês. A Marinha Portuguesa, decorrente da sua atitude de colaboração interdepartamental, e na óptica do modelo de uma “marinha de duplo uso” (assegurando a execução de tarefas de serviço público militar e não militar), empenhou nesta tarefa de fiscalização da DGPA o NRP Jacinto Cândido, no período de 28 de Julho a 31 de Agosto de 2011.
O empenhamento desta unidade naval proporcionou às equipas de inspecção embarcadas a capacidade de exercer no mar as acções de vistoria necessárias ao cumprimento da regulamentação em vigor. Assim, em dois períodos de 16 dias de mar, estiveram embarcadas duas equipas de inspecção constituídas por um coordenador da Agência Comunitária de Controlo das Pescas (CFCA – Community Fisheries Control Agency), com sede em Vigo, e dois inspectores.
Os períodos de mar foram intercalados com uma escala logística de 3 dias no porto de St. John’s, Newfoundland (no Canadá), região que por força da história há muito que se encontra ligada a Portugal.
A realidade da frota nacional de pesca longínqua fez parte do quotidiano do NRP Jacinto Cândido que durante 20 dos 32 dias de mar, em que patrulhou e fiscalizou esta zona do Oceano Atlântico. Ao longo dos 35 dias da missão foram cumpridas 735 horas de navegação com 8051 milhas percorridas, num mar que nem sempre foi favorável mas que ainda assim permitiu efectuar várias inspecções.
É ainda de realçar o apoio médico prestado na evacuação de um pescador português, acção que demonstrou a flexibilidade que uma Marinha de duplo uso permite.
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Tiga:
ResponderEliminarGrande post, bela foto do França Morte.
Pena não termos mais navios a pescar.
Ricardo Matias
Parece que agora com as novas tecnologias, a Marinha também optou por uma maior comunicação com o público em geral.
ResponderEliminarAbraço!
Grande barco este França Morte.
ResponderEliminarÉ ele que leva até nós o peixe que comemos.