Visitante habitual do nosso porto, e irmão de sangue do Malmo, o "Madeiro" afretado à Sacor Marítima, representa o fantasma do que outrora foi uma Empresa Portuguesa, com navios próprios, construídos em terras lusas. Uma empresa que sempre teve fortes ligações à Galp, e que hoje depende de empresas estrangeiras para poder transportar os combustíveis entre portos nacionais.
No mesmo dia da saída do navio "Praia de Santa Cruz", entrou o "Madeiro" auxiliado pelos rebocadores "Mercúrio" e "Salinas de Aveiro" da empresa Tinita.
Pouco passava das 9:30, e com o Praia já muito próximo, o Salinas apressava-se para ir de encontro com o visitante.
Apesar de não aparecer na imagem, o "Mercúrio" já se encontrava por bombordo, pronto para se aproximar da popa do tanque.
O "Madeiro" foi construído em 2008 nos estaleiros Soli na Turquia, com cerca de 150m de comprimento, 23 de boca e um calado de 9,91m. Como máquina principal possui um MAN B&W 8S35MC-VBS, de 6 cilindros em linha a dois tempos, e com cerca de 8000cv.
Entram uns, saem outros. É atarefada vida dos portos, vias de comunicação que são com o resto do mundo, e que recebem todos os dias pessoas de várias nações. Talvez um dia turistas vindos nos belos navios de cruzeiro, que por ai navegam.
Há, pois, que acautelar este bem precioso que temos, e que sempre serviu não só os navios da marinha mercante, como também as enormes frotas de pesca que noutros tempos cruzavam esta Barra e davam vida a esta parte do nosso pequeno grande Portugal.
Longe do nosso desígnio, desse Lugre fundeado que nos espera e que já há muito fez soar o sino do regresso, vamos nós navegando nos piquenos dóris, sozinhos, envoltos pelo denso nevoeiro das dificuldades. Uns procurando salvar a sua alma, atiram ao mar o pouco pescado que tinham aliviando o dóri, outros, já sem forças, sucumbem com o Lugre ali tão perto. Poucos, com o dóri cheio até cima, arriscando a sua própria vida, remam com todas as suas forças, ouvindo ao longe o som do sino que não pára de tocar, tal é a aflição. É graças ao esforço destes que a pesca se vai mantendo. Que sirvam de inspiração, pois ainda é tempo, e o Lugre ainda não levantou ferro.
Até à próxima, e desculpem-me esta pequena história.
Há, pois, que acautelar este bem precioso que temos, e que sempre serviu não só os navios da marinha mercante, como também as enormes frotas de pesca que noutros tempos cruzavam esta Barra e davam vida a esta parte do nosso pequeno grande Portugal.
Longe do nosso desígnio, desse Lugre fundeado que nos espera e que já há muito fez soar o sino do regresso, vamos nós navegando nos piquenos dóris, sozinhos, envoltos pelo denso nevoeiro das dificuldades. Uns procurando salvar a sua alma, atiram ao mar o pouco pescado que tinham aliviando o dóri, outros, já sem forças, sucumbem com o Lugre ali tão perto. Poucos, com o dóri cheio até cima, arriscando a sua própria vida, remam com todas as suas forças, ouvindo ao longe o som do sino que não pára de tocar, tal é a aflição. É graças ao esforço destes que a pesca se vai mantendo. Que sirvam de inspiração, pois ainda é tempo, e o Lugre ainda não levantou ferro.
Até à próxima, e desculpem-me esta pequena história.
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