quinta-feira, 5 de julho de 2012

Entrada do Cidade de Amarante 01-07-2012

Nem sempre temos o privilégio de assistir a uma entrada de um navio. É certo que nem todos os navios nos cativam para a sua entrada, mas um navio bacalhoeiro, como ainda lhes gosto de chamar, tem a sua mística. Raro é, então, poder assistir a uma entrada a um Domingo.

O Forte da Barra, local para onde costumo ir quase sempre, estava praticamente vazio. À medida que a hora se ia aproximando, próximo do meio-dia, os carros iam-se juntando. Não seriam só, certamente, os familiares dos tripulantes, mas também pessoas que gostam de ver estes gigantes a regressar da faina. O dia estaria perfeito, não fosse a ventania que se fazia sentir.

O "Cidade de Amarante", tão velho quanto eu, ia dando início à entrada. Passando pelo paredão, na Barra, apitava freneticamente para quem lá se encontrava. Do meu lado direito, próximo do caís de atracação do ferry, estava o "Salinas de Aveiro", que aguardava calmamente o aproximar do navio.

E aí estava ele!


Não deixando de lado ninguém, o Amarante apitava também para as várias pessoas que rapidamente se concentraram no Forte. Este bonito navio demonstra bem o que de melhor já fizemos, no que diz respeito à construção naval. O seu berço, a poucos metros dali, possui hoje apenas o resto do casco de uma corveta da Marinha, nada mais.

Para quem anda, não há dia mais alegre que o da entrada. Em casa é dia de festa, dia de pôr a "escrita em dia", dia de visitar quem cá ficou.

Comandando o caminho, segui o Salinas, já com a amarra pronta para a manobra.

Para atracar o navio já pronto para a próxima saída, o "Salinas de Aveiro" tratou de lhe puxar a proa, literalmente.

No caís, muitos eram os familiares que assistiam à manobra, aguardando com emoção a atracação final do navio, e aquele momento em que a tripulação começa a sair. Considero esse o auge de uma entrada. O reencontro. É um sentimento que apenas quem o vive na pele lhe sabe dar o devido valor.

Navio atracado, estava na hora de fazer sair a passarela, e dar por terminada mais uma viagem.

Que muitas mais se sucedam, e que Portugal se volte de novo para Aquele que lhe deu o ser, o grandioso e vasto oceano que nos bate na cara.

Espero que tenham gostado.

Até à próxima!


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© 2012 por Tiago Neves. Todos os direitos reservados.

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