Finalmente, passados cerca de três anos desde que o Hinlopen apareceu aqui no blog pela primeira vez, o pude fotografar a sair. Não porque nunca o tenha conseguido capturar, mas porque efectivamente este nunca tenha saído para a pesca.
Passadas algumas reparações, aprestamentos e docagens, lá chegou o triste dia da saída. Triste para quem se separa dos seus familiares durante uma imensidão de tempo não comparável a mais nada. É um sentimento diferente, uma saudade com um sabor salgado, para Homens que não se consideram nem vivos, nem mortos - Os Homens do Mar, como Platão disse sabiamente em tempos.
Contudo, é uma saída com as suas alegrias, num país que atravessa uma crise, e cujo desemprego está bem presente no dia-a-dia, sempre são alguns postos de trabalho que ajudarão certamente algumas famílias, e é mais um navio a manter uma profissão pela qual sempre fomos conhecidos.
Dezasseis e trinta era a hora. Primeiro saía o "Coimbra", e só depois o "Hinlopen". E assim foi.
Lá ao longe, via-se o Salinas a debater-se com as amarras para auxiliar o bonito e arranjadinho "Coimbra" na sua saída. Era chegada também a sua vez de voltar aos mares.
Despedindo-se dos seus com alguns apitos, lá iniciou o "Coimbra" a sua longa viagem.
Passados alguns instantes chega o "Espreita", marcando o momento esperado por todos.
Máquina a postos, estava na altura de soltar as amarras.
No cais ficam os familiares que acenavam aos marinheiros de partida. A emoção é muita.
O som da máquina principal de 1700 cavalos tornava-se mais forte, mais grave. Aí vão eles!
E sob um sol que espreita por entre as nuvens carregadas, como que alegrando a saída, nos despedimos destes guerreiros, desejando que encham os porões, e regressem com saúde e o mais rápido possível.
------------------------------------------------------------------
Imagens e textos protegidos pelos direitos do autor. Em caso de dúvida contacte-me.
© 2013 por Tiago Neves. Todos os direitos reservados.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Muito Obrigado por comentar!