Ainda não tive oportunidade de referir aqui no blog que em Aveiro, há já algum tempo, se andava a preparar uma surpresa muito interessante.
Para quem ainda é do tempo, o que não é o meu caso, de existirem umas lanchas que realizavam a travessia do Forte da Barra para S. Jacinto, certamente que esta será uma surpresa à maneira.
Para quem não é do tempo, ou não se lembra, estas lanchas transportavam grande parte dos trabalhadores do estaleiro (e restante população também), sendo que fizeram parte integrante da nossa história.
Uma delas, a "Praia da Costa Nova", foi recuperada por dois jovens, o Paulo e o Gustavo, que tiveram a enorme tarefa de lutar contra burocracias estúpidas, e dificuldades que não lembram nem ao menino Jesus. Mas como os grandes marinheiros se fazem em grandes tempestades, hoje cá está esta bonita embarcação a navegar na nossa bela Ria de Aveiro.
E como há dias em que não devemos ficar em casa, saí para tentar apanhar alguns moliceiros da Regata no Forte da Barra. A sorte foi pouca, mas quando reparei que a lancha estava para atracar na marina do Jardim Oudinot, fiquei à espera. Já tinha prometido ao Gustavo, no dia do encontro dos Bacalhoeiros, uma visita à mesma - hoje seria o dia.
Assim foi, sendo que prontamente me perguntou se gostaria de ir até Aveiro, de volta ao seu caís de atracação. Bem, uma pergunta destas não carece de dúvida, sendo que a resposta já foi dada de dentro da lancha.
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À chegada ao Forte da Barra. |
Já dentro da lancha, pude ver o trabalho feito no interior. Espetacular! O conforto é imenso, e aqui sim, dá gosto passear pela Ria.
É chegada então a hora de navegar até Aveiro.
Para ajudar na manobra, o Paulo dá um jeitinho, e lá vamos nós.
Rapidamente o Forte fica para trás, e um longo e belo caminho nos espera.
Portugal na sua essência, no seu Ser.
Distraídos a conversar sobre os assuntos do mar, aproximamo-nos de um local bastante conhecido...
Que terra será esta?
São Jacinto, pois está claro. Ao fim de tantos anos ei-la em todo os seu esplendor na terra que a viu nascer, e que a viu chegar tantas vezes, incansavelmente, sempre carregada.
Parabéns ao Gustavo e ao Paulo, bem como a todas as outras pessoas que ajudaram a que este projeto se tornasse realidade.
Agora falta o mais importante. Dar-lhe uso. Uma lancha como esta quer-se cheia de gente, vida e alegria. Para tal acontecer, cabe-nos a nós a contribuir.
Fica então aqui um resumo da informação disponibilizada pelos seus criadores, bem como os contactos dos mesmos:
O Praia da Costa Nova é a embarcação com mais história e prestação de
serviço que existiu na Ria e que iremos revelar como um museu flutuante
de novo ao serviço da Ria de Aveiro.
Esta pertence a um
conjunto de embarcações, mandadas construir em 1945, nos outrora grandes
Estaleiros de S. Jacinto, pela empresa de transportes da Ria de Aveiro e
que tinham grande importância pois à data eram o único meio
de ligação entre a população de S. Jacinto, os trabalhadores dos
estaleiros e de muitos colaboradores da Base Aérea. Muito se ficou a
dever a um dos membros do conselho de administração desta empresa que
pela sua influencia e amizade a S. Jacinto e Aveiro, que em muito
contribuiu para a construção das mesmas. Homem de elevado valor político
a nível nacional, governador civil bem como presidente vitalício da
fundação Carlos Roeder - Dr Francisco Vale Guimarães.
O nosso
projecto tem como conceito dar a conhecer a Ria de Aveiro, bem como a
sua história e meio envolvente. Pretendemos fazê-lo através de rotas
inexploradas da ria, onde os passageiros numa confortável embarcação se
consigam transportar um pouco na nossa história.
Ainda esta semana lançarei as restantes imagens, e o resto da viagem até Aveiro.
Até à próxima!
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